top of page

Pertencimento: a liderança que acolhe evita sofrimentos profundos

Nesta semana, durante uma aula que frequento com um grupo de pesquisadores, professores e profissionais do desenvolvimento humano — entre eles psiquiatras, psicólogos, coaches e especialistas em ciências comportamentais — mergulhamos num tema que, apesar de essencial, ainda é tratado como "agradável", e não como "fundamental": o pertencimento.


Uma das frases que me atravessou foi: "Pertencimento não é um desejo. É uma necessidade." E como toda necessidade humana, quando não atendida, gera sofrimento. Sofrimento real. Sofrimento profundo.


Na hora, minha mente foi direto para o ambiente corporativo — para os times que acompanho, para os líderes que treino, para os planejamentos que desenho. O quanto uma liderança consciente e assertiva pode transformar a saúde emocional de um grupo ao compreender isso? Muito. Talvez até tudo.


Uma liderança que entende a importância de criar pequenos propósitos coletivos, de dar sentido e espaço às contribuições de cada membro da equipe, está fazendo muito mais do que engajar — está cuidando.


A base neurológica do pertencimento: quando o emocional também é físico


A neurociência tem mostrado de forma muito clara que o pertencimento é uma necessidade que toca o corpo, não só a mente.


  • O córtex cingulado anterior dorsal, ativado tanto na dor física quanto na rejeição social, revela que exclusão social dói de verdade.

  • A amígdala cerebral entra em alerta quando sentimos que não pertencemos, provocando medo e retração.

  • A liberação de dopamina em experiências de aceitação e de ocitocina em interações sociais positivas reforça que vínculos humanos ativam nosso sistema de recompensa.


Ou seja: o pertencimento não é apenas um "mimo organizacional" — ele é fisiologicamente essencial.


Pequenas ações, grandes pertencimentos


Um líder não precisa de grandes ferramentas para gerar pertencimento. Às vezes, é só enxergar. É nomear. É envolver. Criar micropropósitos, dar sentido ao trabalho de cada um e reconhecer talentos individuais já transforma. Já reduz sofrimento. Já conecta.

Pertencer é saber que você importa. Que você é parte. E uma liderança assertiva entende que isso é estratégico — e profundamente humano.




Referências:


  • Eisenberger, N. I., & Lieberman, M. D. (2004). Why It Hurts to Be Left Out: The Neurocognitive Overlap Between Physical and Social PainTrends in Cognitive Sciences, 8(7), 294-300.

  • Lieberman, M. D. (2013). Social: Why Our Brains Are Wired to Connect. Crown Publishing Group.

  • Kross, E., et al. (2011). Social rejection shares somatosensory representations with physical painProceedings of the National Academy of Sciences, 108(15), 6270-6275.

  • Cacioppo, J. T., & Patrick, W. (2008). Loneliness: Human Nature and the Need for Social Connection. W. W. Norton & Company.

  • Baumeister, R. F., & Leary, M. R. (1995). The need to belong: desire for interpersonal attachments as a fundamental human motivationPsychological Bulletin, 117(3), 497–529.


Comments


  • Houzz
  • Facebook
  • Instagram
  • LinkedIn
  • on Freepik

©2021 por Peak Performance Academy.

bottom of page